um.

acho que às vezes esqueço de dizer
o quanto te amo aqui nestas linhas tortas
pra que você veja o quanto te quero nas manhãs
de sono, preguiça e idas à feira.

talvez – com certeza – você nunca compreenda
que nosso amor eu te provo todos os dias
na vida que construímos e nada abala,
nos beijos de boa noite, no cinema de domingo.

e que tudo aquilo que eu antes gravava
em palavras perdidas num silêncio vazio
ficou esquecido no passado vadio
de paixões prévias e estúpidas que perderam o sentido.

é você: meu namorado, meu bem, meu homem
quem vai me levar ao altar no fim da tarde
com o vestido na altura dos joelhos
e as flores trançadas com cuidado nos cabelos

eu te dei tudo o que eu tinha e mais um pouco.
porque é nos teus olhos que eu me sinto em casa
é na nossa cama desarrumada, no nosso futuro próximo,
no conforto do primeiro amor a ser correspondido.

eu te amo, e não escrevo
porque não inventaram ainda essas palavras
o que eu preciso dizer, o calor que eu sinto
o ardor que consome meu peito, a ânsia

a saudade que sufoca quando você vai embora
do nosso ninho construído com nosso zelo conjunto
não existe poeta capaz, nem no passado e nem agora,
de escrever as palavras pro meu maior amor do mundo.